
Incêndios em canaviais: aumento de sinistros, mas indenizações não preocupam setor de seguros
Estima-se que os danos causados pelas queimadas nos canaviais paulistas ultrapassem R$ 1 bilhão
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VitaLink Seguros
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Os recentes incêndios em canaviais no Estado de São Paulo geraram grandes perdas para os produtores de cana-de-açúcar, mas o impacto no setor de seguros deve ser menor do que o esperado. Segundo a Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg), as indenizações relacionadas aos incêndios não serão tão elevadas, apesar do aumento significativo no número de sinistros registrados em um curto período.
Impacto limitado no setor de seguros rurais
A FenSeg explicou que os prejuízos seriam maiores se o fogo tivesse atingido a colheita de inverno, já concluída. Estima-se que os danos causados pelas queimadas nos canaviais paulistas ultrapassem R$ 1 bilhão. No entanto, o efeito sobre o mercado de seguro rural deve ser "relativamente baixo". Dados do Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR) mostram que as apólices de cana-de-açúcar somam 556 contratos, representando a maior parte das propriedades seguradas, seguidas por 216 apólices de seguro pecuário e 90 de seguro florestal.
Além das plantações, o fogo também afetou bens patrimoniais como garagens e maquinários agrícolas. A maioria dos sinistros foi registrada nas regiões central e noroeste do estado, especialmente em Ribeirão Preto.
Sinistros aumentam, mas valores de indenizações são moderados
Embora o número de sinistros seja considerado alto, a FenSeg informa que os valores de indenização ainda não preocupam. Os primeiros incêndios foram registrados em 23 de agosto, e a expectativa é de que mais acionamentos ocorram nos próximos dias. O secretário nacional de Proteção e Defesa Civil, Wolnei Wolff, destacou que 99,9% dos incêndios foram provocados por ação humana, e seis pessoas foram presas por envolvimento nos crimes.
A quantidade de focos de incêndio registrados em agosto foi a mais alta desde 1998, afetando mais de 3.800 propriedades rurais e resultando em duas mortes e centenas de deslocamentos forçados.
Mercado de seguros se adapta ao risco climático
Os incêndios reforçam a necessidade de redimensionar a exposição ao risco no seguro agrícola. De acordo com Fábio Damasceno, membro da comissão de seguro rural da FenSeg, o fogo tem causado mais prejuízos no seguro de equipamentos agrícolas e florestal do que no agrícola. Ele destacou que, nos últimos 10 anos, a seca tem sido o principal risco para a agricultura, mas a atual mudança climática está trazendo novos desafios.
A Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg) revelou que, no primeiro semestre de 2024, o seguro agrícola arrecadou R$ 2,2 bilhões em todo o país, com um aumento de 2,3% nas indenizações em comparação ao mesmo período de 2023. Em São Paulo, as indenizações subiram 146,3%, somando R$ 712,3 milhões.
Damasceno enfatizou que a FenSeg está monitorando a situação e trabalhando para atualizar os modelos de risco e precificação, a fim de atender melhor ao setor agropecuário diante das novas realidades climáticas.




